ENERGIA SOLAR


Energia Solar - (Solar Energy)

O Sol é a estrela central do Sistema Solar e atua como a principal fonte de energia do nosso planeta. A energia solar que a Terra recebe anualmente, nas formas de luz e calor, é suficiente para suprir milhares de vezes as necessidade mundiais durante o mesmo período.



Figura: Sol


E desse total de energia emitida pelo Sol, apenas uma pequena parte é realmente aproveitada. E mesmo sendo pequena a parcela de energia aproveitada, com raras exceções, praticamente toda energia utilizada pelo ser humano tem origem no Sol. A maioria das fontes de energia – hidráulica, biomassa, eólica, combustíveis fósseis, e energia dos oceanos – são formas indiretas de energia solar.

A radiação solar pode ser utilizada diretamente como fonte de energia térmica, para aquecimento de fluidos e ambientes e também para a geração de potência mecânica e elétrica. Ou pode ser convertida também em energia elétrica de forma direta, utilizando-se determinados materiais, entre eles se destacam o termoelétrico e o fotovoltaico.

O aproveitamento solar térmico para aquecimento de fluidos é realizado com o uso de coletores ou concentradores solares. Os coletores são mais usados em aplicações residenciais e comerciais para o aquecimento de água. Os concentradores solares destinam-se a aplicações que requerem temperaturas mais elevadas, como a secagem de grãos e a produção de vapor. A conversão da energia solar em energia elétrica de forma direta ocorre pelos efeitos da radiação (calor e luz) sobre determinados materiais, particularmente os semicondutores. Destacam-se os efeitos termoelétrico e fotovoltaico. O primeiro caracteriza-se pelo surgimento de uma diferença de potencial, provocada pela junção de dois metais, em condições próprias. No segundo, os fótons contidos na luz solar são convertidos em energia elétrica, por meio do uso de células solares.

A energia contida nas águas de rios, utilizada na produção de energia elétrica a partir de usinas hidroelétricas, tem origem no calor do sol absorvido pela água que é evaporada e posteriormente se precipita no mesmo local ou é transportada na forma de nuvens para regiões diferentes contribuindo para a formação de rios, lagos ou até mesmo de reservatórios das próprias usinas.

A energia contida nos ventos provém das diferenças de temperatura e pressão na atmosfera, ocasionadas pelo aquecimento solar. Os combustíveis fósseis como o carvão, o gás natural e o petróleo possuem suas origens na energia solar, pois são resultado da decomposição da matéria orgânica produzida há muitos milhões de anos.


Dentre os diversos métodos de aproveitamento da energia solar, os mais utilizados atualmente são o aquecimento de água e a geração fotovoltaica de energia elétrica. No Brasil, o primeiro é encontrado em maior quantidade nas regiões Sul e Sudeste, devido a características climáticas, e o segundo, nas regiões Norte e Nordeste, em comunidades não atendidas pelas redes de distribuição das concessionárias de energia elétrica.

Fonte: MAGNOLI, D.; SCALZARETTO. R. Geografia, espaço, cultura e cidadania. São Paulo: Moderna, 1998. v. 1.

Radiação Solar


Além das condições atmosféricas (nebulosidade, umidade relativa do ar, etc.), a disponibilidade de radiação solar, também chamada de energia total incidente sobre a superfície da Terra, depende da latitude local e da posição no tempo (hora do dia e dia do ano). Isso acontece devido a inclinação do eixo imaginário em trono do qual a Terra gira diariamente (chamado de movimento de rotação) e à trajetória elíptica que a Terra descreve ao redor do Sol (chamado de movimento de translação ou revolução).


Dessa forma, a duração solar em um dia – período em que o Sol está visível ou de claridade – varia, em determinadas regiões e períodos do ano, de zero hora (Sol abaixo da linha do horizonte durante todo o dia) a 24 horas (Sol sempre acima da linha do horizonte). Essas variações são mais intensas nas regiões polares e nos períodos de solstício. O contrário ocorre próximo a linha do Equador e durante os equinócios.


O território brasileiro, em sua maior parte, está localizado relativamente próximo da linha do Equador, de modo que não se observam grandes variações na duração solar do dia. No entanto, a maior parte da população e das atividades socioeconômicas do País, concentram-se em regiões mais distantes do Equador. Em Porto Alegre, capital brasileira mais meridional (cerca de 30º S), a duração solar do dia varia de 10 h e 30 min a 13 h e 47 min, aproximadamente, entre 21 de Junho e 22 de Dezembro, respectivamente.


Desta forma, para maximizar o aproveitamento da radiação solar, realiza-se o ajuste da posição do coletor ou painel solar de acordo com a latitude local e o período do ano em que se necessita de mais energia. No hemisfério Sul, por exemplo, um sistema de captação solar fixo deve estar orientado para o Norte, com ângulo de inclinação similar ao da latitude local.

A radiação solar depende também das condições climáticas e atmosféricas. Somente uma parte da radiação solar atinge a superfície terrestre, devido à reflexão e absorção dos raios solares pela atmosfera. Mesmo assim, calcula-se que a energia solar incidente sobre a superfície terrestre seja da ordem de 10 mil vezes o consumo energético mundial (CRESESB, 2000).


Para o Brasil, os esforços mais recentes e efetivos de avaliação da disponibilidade de radiação solar, destacam-se os seguintes:

a)    Atlas Solarimétrico do Brasil, iniciativa da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE e da Companhia Hidroelétrica do São Francisco – CHESF, em parceria com o Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sergio de Salvo Brito – CRESESB;

b)    Atlas de Radiação Solar no Brasil, elaborado pelo Instituto Nacional de Meteorologia – INMET e pelo Laboratório de Energia Solar – LABSOLAR, da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.


O Atlas Solarimétrico do Brasil (2000) apresenta uma estimativa da radiação solar incidente no território brasileiro, resultado da interpolação e extrapolação de dados obtidos em estações solarimétricas localizadas em vários pontos do território nacional. Devido, porém, a quantidade relativamente reduzida de estações experimentais e às variações climáticas locais e regionais, o Atlas de Irradiação Solar no Brasil faz estimativas da radiação solar por meio de imagens de satélites.


Média Anual de Insolação diária no Brasil (horas)

Fonte: ATLAS Solarimétrico do Brasil. Recife: Editora Universitária da UFPE, 2000.  (adaptado)

De acordo com pesquisadores do Centro de Pesquisas de Eletricidade – CEPEL, ambos os modelos apresentam falhas e limites e não podem ser entendidos como concorrentes. Mas sim, devem ser complementares, na medida em que reúnem o máximo possível de dados e podem, dessa maneira, melhorar as estimativas e avaliações da disponibilidade de radiação solar no Brasil (CRESESB, 2000).

Como observado nas imagens, os maiores índices de radiação são observados na região Nordeste, com destaque para o vale do Rio São Francisco. Torna-se fundamental destacar que mesmo as regiões com menores índices de radiação apresentam grande potencial de aproveitamento energético. 


Radiação Solar Global Diária - média anual típica (MJ/m².dia)

Fonte: ATLAS Solarimétrico do Brasil. Recife: Editora Universitária da UFPE, 2000.  (adaptado)


Radiação Solar Global Diária - média anual típica (Wh/m².dia)

Fonte: ATLAS Solarimétrico do Brasil. Recife: Editora Universitária da UFPE, 2000.  (adaptado)

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