Recursos
energéticos e a demanda por energia
Introdução
É
extremamente necessário entender a matriz energética e a sua forte relação com
a determinação de estratégias e políticas. No entanto, isto requer certo
conhecimento dos diversos recursos energéticos disponíveis e passíveis de uso
no cenário tecnológico atual da humanidade, assim como de sua utilização.
No
cenário dos recurso naturais, são enfocados o setor do petróleo, o gás natural,
o setor carbonífero, a energia nuclear e os recursos energéticos renováveis já
tradicionais ou com maior possibilidade de aplicação a médio prazo – energias solar,
hidráulica, eólica, da biomassa, oceânica, geotérmica e do hidrogênio.
Cadeias energéticas
De um modo amplo, entende-se por cadeia energética
o conjunto de atividades associadas à produção e ao transporte de energia
vinculada a certo recurso natural até os diversos pontos onde se dá o consumo
final.
Energia primária
É
o que se denomina os produtos energéticos providos pela natureza e passíveis de
utilização imediata. Como petróleo, gás natural, carvão mineral, resíduos
vegetais e animais, energia solar, eólica, etc.
As
principais fontes de energia são: petróleo, gás natural, carvão vapor, carvão
metalúrgico, urânio (U 308), energia hidráulica, lenha e produtos da
cana de açúcar (melaço, caldo de cana e bagaço). Os resíduos vegetais e
industriais para a geração de vapor, calor, etc.
Energia Secundária
São os produtos energéticos resultantes dos
diferentes centros de transformação dos recursos considerados primários e têm
como destino os diversos setores de consumo e, esporadicamente, outro centro de
transformação.
Algumas
fontes de energia secundária: óleo diesel, óleo combustível, gasolina
(automotiva e de aviação), GLP, nafta, querosene (para iluminação e de
aviação), gás (de cidade e de coqueria), coque de carvão mineral, urânio
contido no UO2 dos elementos combustíveis, eletricidade, carvão
vegetal, álcool etílico (anidro e hidratado) e outras fontes secundárias de
petróleo (gás de refinaria, coque, etc.). O alcatrão obtido na transformação
metalúrgico em coque também é outra fonte de energia secundária. É importante
ressaltar a presença da eletricidade entre essas fontes, pois ela é obtida
somente após a transformação de algum recurso energético primário.
Ainda
merece destaque, a existência de produtos resultantes dos centros de
transformação que não tem utilização propriamente energética. Exemplos comuns,
são os produtos não energéticos de petróleo, os quais são derivados de petróleo
e, mesmo tendo significativo conteúdo energético, são utilizados para outros
fins (graxas, lubrificantes, parafinas, asfaltos, solventes, etc.).
Oferta de Energia
É o somatório total de energia que se coloca à
disposição para ser transformada e/ou para consumo final.
Pode
ser considerada uma cadeia energética geral, a oferta de energia deve
considerar não apenas os recursos providos internamente em um país ( região ou
unidade energética), como também as diferentes trocas com os demais agentes do
cenário energético e os aspectos energéticos, relacionados, por exemplo, ao
gerenciamento de estoques.
Considerações
importantes relativas a esse tema:
Produção
– é a energia primária que se obtém de recursos minerais, vegetais e animais
(biogás), hídricos, reservatórios geotérmicos, sol, vento e marés.
Importação
– volume de energia primária e secundária proveniente do exterior, que entra no
país e faz parte da oferta.
Variação
de estoques – é a diferença entre o estoque no início e no final em um dado
período. Uma elevação no volume dos estoques em um determinado período
significa uma redução na oferta total.
Oferta
total – corresponde ao balanço quantitativo da produção, importação e variação
de estoques.
Exportação
– é o volume de energia na forma primária e secundária que se envia ao
exterior.
Energia
não aproveitada – quantidade de energia que, por motivos técnicos ou
econômicos, atualmente não está sendo utilizada.
Reinjeção
– volume de gás natural que é reinjetado nos poços de petróleo para uma melhor
recuperação do hidrocarboneto.
Oferta
interna bruta – quantidade de energia que se coloca à disposição para ser
submetida aos procedimentos de transformação e/ou consumo final.
Transformação
É o setor que reúne todos os centros de
transformação onde a energia que é injetada (primária e/ou secundária) se
converte em uma ou mais formas de energia na forma secundária, incluindo suas
correspondentes perdas na transformação.
Reúne
setores tais como:
1. Centros de transformação – refinarias de
petróleo, plantas de gás natural, usinas de gaseificação, coquerias, ciclo do
combustível nuclear, centrais elétricas de serviço público e autoprodutoras,
carvoarias e destilarias. Inclui também outras transformações, tais como os
efluentes (produtos energéticos) produzidos pela indústria química, quando do
processamento da nafta e outros produtos não energéticos de petróleo.
2. Transformação total – é a soma dos
centros de transformação
Perdas
As
perdas na distribuição e armazenagem correspondem aos extravios ocorridos
durante as atividades de produção, transporte, distribuição e armazenamento de
energia. Como exemplos, podem se destacar: perdas em gasodutos, oleodutos,
linhas de transmissão de eletricidade e redes de distribuição elétrica. Não se
incluem aqui as perdas nos centros de transformação, que são consideradas nos
referidos centros.
Consumo Final
Inclui
os diferentes setores da atividade socioeconômica do país (região ou unidade
energética), para onde convergem as energias primária e secundária,
configurando o consumo final de energia.
Conceitos
importantes:
Consumo final – energias primária e secundária disponíveis para serem usadas por todos os setores de consumo final, incluindo o consumo final energético e o não energético. Corresponde à soma do consumo final não energético e energético.
Consumo final não energético – quantidade de energia contida em produtos que são utilizados em diferentes setores para fins não energéticos.
Consumo final energético – agrega o consumo final dos setores energético, residencial, comercial, público, agropecuário, transportes (rodoviário, ferroviário, aéreo e hidroviário), industrial (cimento, ferro-gusa e aço, ferro-ligas, mineração/pelotização e não ferrosos/outros da cerâmica e outros) e consumo não identificado. Em outros casos, agrega o consumo final dos setores componentes da região ou da unidade enfocada.
Consumo final do setor energético – energia consumida nos centros de transformação e/ou nos processos de extração e transporte interno de produtos energéticos em sua forma final.
Consumo não identificado – corresponde ao consumo que, pela natureza da informação compilada, não pode ser classificado em nenhum dos setores anteriormente descritos.
Consumo final – energias primária e secundária disponíveis para serem usadas por todos os setores de consumo final, incluindo o consumo final energético e o não energético. Corresponde à soma do consumo final não energético e energético.
Consumo final não energético – quantidade de energia contida em produtos que são utilizados em diferentes setores para fins não energéticos.
Consumo final energético – agrega o consumo final dos setores energético, residencial, comercial, público, agropecuário, transportes (rodoviário, ferroviário, aéreo e hidroviário), industrial (cimento, ferro-gusa e aço, ferro-ligas, mineração/pelotização e não ferrosos/outros da cerâmica e outros) e consumo não identificado. Em outros casos, agrega o consumo final dos setores componentes da região ou da unidade enfocada.
Consumo final do setor energético – energia consumida nos centros de transformação e/ou nos processos de extração e transporte interno de produtos energéticos em sua forma final.
Consumo não identificado – corresponde ao consumo que, pela natureza da informação compilada, não pode ser classificado em nenhum dos setores anteriormente descritos.
Produção de Energia Secundária
Corresponde a soma dos valores positivos referentes
aos centros de transformação. Deve ser observado que a produção de energia
secundária aparece no bloco relativo aos centros de transformação, visto que
ela toda provém da transformação das demais fontes de energia.
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