quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O SOL COMO VOCÊ NUNCA VIU



Um Sol, muitas características 

A imagem mostra a riqueza de informações que instrumentos adequados geraram
Você nunca conseguirá ver o Sol diretamente, porque isso danificaria irremediavelmente as células da sua retina.

Mesmo uma câmera comum, com um filtro adequado, não lhe daria mais do que uma imagem do disco amarelo característico da nossa estrela, que poderá aparecer um pouco mais avermelhado se ele estiver abaixo da linha do horizonte - que é o maior caminho percorrido pela luz na atmosfera terrestre e faz com que ela perca os componentes azuis.

Porém os sensores do telescópio Solar Dynamics Observatory (SDO), Observatório da Dinâmica Solar, enxergar a luz do Sol de inúmeras formas diferentes. O Sol emite luz em uma gama muito grande de comprimentos de onda, ou frequências, que incluem, além da luz visível, infravermelha, ultravioleta e até raios X, sendo estas as   mais conhecidas.

Cada um desses comprimentos de onda nos fornece informações diferentes sobre o funcionamento e o comportamento do Sol, possibilitando avaliar com mais precisão seu impacto sobre a Terra e todo o Sistema Solar. A equipe do SDO, que pertence à NASA, fez então uma colagem com as diversas imagens que os diferentes sensores do observatório fazem do Sol, mostrando a riqueza de informações possíveis a partir de instrumentos adequados.

Como exemplo, tem-se a luz amarela característica do Sol gerada por átomos com temperatura na faixa dos 5.700 ºC, e representa o que está acontecendo na superfície da estrela. No entanto, a luz ultravioleta extrema é emitida por átomos a 6.300.000 ºC, um bom comprimento de onda para estudar as erupções solares - a temperatura na atmosfera solar atinge níveis muitíssimo superiores à da sua superfície, um fenômeno para o qual ainda não existem boas explicações.

A colagem agrupa ainda imagens geradas por outros instrumentos, que mostram informações sobre magnetismo e Efeito Doppler.


Olhares sobre o Sol

Algumas das imagens usadas para compor o mosaico
A seguir, estão listados todos os comprimentos de onda observados pelo SDO, medidos em Angstroms - 1 Angstrom equivale a 0,1 nanômetro - posicionados em ordem de altitude de origem, da superfície do Sol para as regiões mais altas da atmosfera solar.

4.500: Expõe a superfície do sol, ou fotosfera.

1.700: Mostra a superfície do sol, juntamente como uma camada da atmosfera solar, chamada cromosfera, localizada logo acima da fotosfera. É onde a temperatura começa a aumentar.

1.600: Mostra uma mistura entre a fotosfera superior e a chamada região de transição, uma região entre a cromosfera e a camada mais superior da atmosfera solar, chamada corona. É na região de transição onde a temperatura sobe mais rapidamente.

304: Esta luz é emitida a partir da região de transição e da cromosfera.

171: Este comprimento de onda mostra a atmosfera do Sol, ou corona, quando ela está tranquila. Também mostra gigantescos arcos magnéticos, conhecidos como laços coronais.

193: Mostra uma região ligeiramente mais quente da corona, e também o material mais quente.

211: Este comprimento de onda mostra regiões magneticamente ativas e mais quentes na corona solar.

335: Mostra regiões magneticamente ativas e quentes na corona.

94: Essa frequência destaca regiões da corona em uma tempestade solar.

131: Frequência no qual aparece o material mais quente durante uma erupção solar.

O Observatório da Dinâmica Solar (SDO) foi inaugurado em 2010, e tem como objetivo principal analisar o funcionamento do chamado dínamo solar, uma rede profunda de corrente de plasma que gera o campo magnético solar.

Porém, os benefícios do telescópio estão indo muito além: seus instrumentos fotografam o Sol a cada 0,75 segundo e enviam de volta à Terra 1,5 terabyte de dados todos os dias.

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