Por que gerar energia solar
em casa pode ser um bom negócio?
Gerar energia solar
em casa hoje permite que não se tenha que pagar nada na conta de luz no fim do
mês e até ficar com crédito com a distribuidora de energia
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Com o preço da energia sendo reajustado anualmente pelas concessionárias, a energia solar é um investimento que se paga em um período entre 5 e 10 anos |
Você já pensou em receber a conta de luz no fim do mês e não
ter de pagar nada pela energia usada
durante o mês? Melhor: já imaginou ter crédito com as
companhias de energia? Pois as medidas adotadas pela Aneel na resolução 482, publicada no ano passado,
são um grande passo para que isso aconteça. De acordo com as novas regras, além
da regulamentação da produção de energia solar no país, há agora o sistema de
compensação de créditos a favor do consumidor, o que viabiliza economicamente
os sistemas de energia solar.
“É
algo bastante simples. Toda energia gerada durante o dia pelo sistema de
eletricidade solar será usada pelos eletrodomésticos e demais equipamentos que
estão consumindo energia naquele momento. Mas se houver excedente de energia,
esta quantidade será exportada para a rede da distribuidora, que retornará a
energia em forma de crédito na conta do consumidor”, explica Jonas Gazoli,
diretor da empresa Eudora Solar.
O
crédito pode ser usado por 36 meses, inclusive em outras instalações do próprio
consumidor, sendo usada durante a noite ou em dias de chuva,
por exemplo, quando o sistema solar não está produzindo energia na ausência do
astro-rei.
“Esse
sistema permite que o consumidor tenha contabilizada a geração de energia mesmo
quando não estiver usando. Na prática, ele se torna um produtor de energia em
alguns momentos do dia, quando o consumo é baixo ou não há consumo”,
diz Marcelo Gradella Villalva, pesquisador e professor da Unesp.
Como
é mais comum as pessoas não estarem em casa durante o dia, o sistema de
compensação faz com que, no final do mês, toda a energia produzida seja
descontada na conta de luz, resultando em uma economia que pode chegar a 100%.
Válida para todos
A medida é tão favorável que até mesmo universidades estão fazendo
uso de eletricidade solar visando a redução nos gastos.
É o caso, por exemplo, da Fumec BH (MG), que agora conta com o
sistema implantado pelo engenheiro e professor da instituição Virgilio
Medeiros.
“Como sou professor da disciplina energia solar, fiz com que o
projeto fotovoltaico tivesse a participação dos alunos e do corpo técnico da
escola para desenvolvimento de competências dentro da faculdade”, conta.
Mas se você gostou da ideia, não desanime, pois essa também é uma
ótima medida para residências. “Já que toda energia gerada pelos painéis
solares deixa de ser buscada na concessionária local de
energia, o sistema fotovoltaico gera uma economia imediata na conta de energia
elétrica”, salienta Luis Felipe Lima, proprietário da empresa Minha Casa Solar.
A conclusão é que energia solar, além de limpa por
não consumir recursos naturais, é um bom negócio.
“Nossa tarifa de energia é cara e os reajustes são anuais por
causa da inflação. Apesar de o governo estar tentando baixá-las,
ela vai continuar custando caro. Assim, quando você instala um sistema solar
fotovoltaico, na verdade está comprando antecipadamente a energia elétrica que
vai consumir durante os próximos 30 anos", afirma Marcelo Villalva, da
Unesp.
"Imagine 10, 20 ou 30 anos de inflação sobre o preço atual da
eletricidade. Não é preciso fazer muitas contas para perceber que é vantajoso
investir em um sistema como esse”, completa o professor.
O tempo de retorno do investimento gira em torno de 5 a 10 anos,
dependendo do local onde é instalado. Por último, para quem está pensando em
instalar este tipo de sistema, existe mais um benefício: a valorização do imóvel, já que residências equipadas com tecnologias
verdes e autossuficientes em energia tendem a ser valorizados no mercado.
Como obter desconto na Conta de Luz?
Para gerar sua própria eletricidade com energia solar você deve
instalar um conjunto de equipamentos composto por módulos fotovoltaicos, um
inversor eletrônico e um quadro elétrico especial.
“A instalação do sistema demora de dois a três dias e deve ser
feita por uma empresa especializada. Antes de tudo você precisa solicitar uma
autorização e apresentar um projeto técnico para a concessionária de
eletricidade local. Depois de instalado o sistema, você passa a receber uma
fatura de eletricidade onde constam dois itens: a energia consumida e a energia
produzida pela residência. Se a residência conseguir gerar 100% de sua eletricidade, você não vai
pagar nada no final do mês, exceto a taxa básica de conexão à rede elétrica”,
explica Villalva.
O investimento inicial gira em torno de R$ 15 mil a R$ 40 mil,
dependendo do consumo da família. “Mas já existem tecnologias com micro
inversores que permitem um investimento inicial menor e mais gradual. O
consumidor pode montar, por exemplo, um sistema composto por apenas um ou dois
painéis fotovoltaicos e aumentar a quantidade de módulos gradativamente. Isso
pode reduzir o investimento inicial para cerca de R$ 5 mil a R$ 15 mil”,
calcula Lima, da empresa Minha Casa Solar.
O investimento é preciso
porque os módulos são diferentes dos coletores solares térmicos já conhecidos,
que apenas servem para aquecer a água. Eles são feitos de células de silício
ultra - puro, que transformam a luz do Sol em corrente elétrica.
Para que deem resultado, eles são ligados a um inversor, que é um
equipamento eletrônico que converte a energia em corrente alternada que é usada
na residência.
"O inversor é um equipamento de pequenas dimensões e pode ser
instalado em qualquer lugar da casa como, por exemplo, na área de serviço ou em
alguma parte externa. O inversor fica conectado à instalação elétrica da
residência através de um quadro elétrico especial, que possui alguns
dispositivos de segurança necessários para a operação do sistema. Feito isso, o
sistema de eletricidade solar passa a alimentar a residência simultaneamente
com a rede elétrica pública”, explica o professor Villalva.
Esses acessórios serão fundamentais para que a energia gerada se
transforme em economia para o seu bolso.
Fonte: Revista Exame